Polifonia Desgraçada {para treze vozes}

Santa Polifonia, ou Nossa Senhora dos Desgraçados



I{Prayer and Prey}I
animal interdito de cór, pó
cast{r}a sobrevipressora
indesejadequável insustemportável
queimará dutos em butas
árvore caída de joelhos

II{Peça}II
caleidotoit mon óx le coeurbeaur
sem linha de montagem em formaT de um perdidoíso
olhando os óleos soou ubi breu
devir gens ossídio, desperdício do descaso
gangue transfusa mênstruos coárgu rios

III{Sem Tabuleiro}III
por absurdo, Tempo, espinhos
sorvem taiças onde li cores que não nomearia
nem em numes ou lumes
te iro no pé e tom hei que jorrnar
entre bólido roto lá e espora de cá

IIII{El Ai Co.}IIII
quando dinamorama noitea
ou oisa que orvalha e a veste
entumesce a pele clorófila seiva
cidade silenciada em cada late
podem ouvir!

V{Gnoise}V
teus anjos riem embriagados
conosco oco asco, a garra faca
ró! mátula rompida às migas
cinzas brilho por toda a urbe
em leito leão ruvas férrimenta

VI{Láfora}VI
deitada na grama brisa sorri brasa grisa
autoritântopro, famíntglia
aterro com dincheiro, covalta
vinhas de lábias úmidas feitas auréolas
pó absolurdo, és passo e perde-na

VII{Violino Compressor}VII
um só pão e farbeação largo de sangue
para ali mentar à ávida ave de rapina
há alguém fedendo no coletivo
será o mendigo fílico no centro da nave ou o padre executiv à porta?
se entreolham as gengivas o corpo sorrindo

VIII{Poeste}VIII
sete mil trezentos e doze pombos defecantes em queda livre
é nas fossas ao limo que se sonha
em cartiveiros do confrorto só se domen
insones e sonâmbulos de mãos dados
mú sick vibrórgão de controle do pasto

VIIII{All rite!}VIIII
erguendo muros à sua margem
sem mel e lanças à máiscara
teleociliam os degraus de gen, o sítio
distendido em veneno e veneno
ou troço féu a trofia

X{Miss A}X
pia da noscente não tem'm, mais traças
batina de gola para todos no coro
ante o bafo, bufo ria
torrentes de baby beefs, catacombes sob os mosteiros
laicifício, o que dá o que come, sacrócio

XI{Ascese ao Ascéptico}XI
serpente precede à escala anterior à queda
lítio urgia pragma ungida em chofre
rastejado por dez esfinges de nomes santos
e normes genitálias com faces de mônios
tudo por ídolos da hera dormena

XI{Ascese ao Ascéptico}XI
quando a pedra estava irg'rija
vai da dívia o enclausuramanto
ecolatri{n}a das chaves e maldicção dos umbrais
me séria através das fhomens, p’hortas de daninhas
pass no burosuicraticídio

XII{O Transbordamento da Seca}XII
a causa chuva se em foco
em vésperas de viagem com a lama por l’ímpar
enxame de moscas brancas rompendo as redes
dodes{a}tin prosaico corrupmér
onde se parem cem maçãs por estigma

XIII{Marcha Ré que End}XIII}
são os lábios que nó cruzamento de olhares
se desnudem gargulanta cortina crepúsculo vox
agora com a abóbada coronária aberta
fende também o peito retorcido, nasce anlux
não pecando por medo da fraqueza de sermos humildes

igns index ignor, mas tentamos... tentamos...

A Desgraça, ou O Demônio da Polifonia

A Corda Quetzacoatl

Uma instalação interventiva para uma poética-ecológica menor.

(...) descer um pouco mais alto como fazem as corujas.

PARA a Transformação do espaço
& preparação do INDIVÍDUO COMO corpo público

                Uma passagem. É a passagem quem (em(caminha... Na passagem, todos caminham Pode ser por um túnel, por uma caverna, um esôfago, uma traquéia cada qual um caminho, cada um uma passagem,ninguém escapa Todos por seus caminhos. Obscuridão, transpassagem só revelada ao vê-la oculta –

A imersão do público num espaço de transição psico-física, da esfera cotidiana para o rito do espetáculo, da heteronomia das referências objetais para iniciar um “processo” de captação/atenção. A criação de um programa-e-squizo (as geografias de passagem, as medidas infinitas dos tópos, o bicho-geográfico, atingir o nervo rizomático) – meditação para a contemplação ativa, impermanência
(...)
No final, ao cessar da corda,
nós, o público,
entramos no teatro.

Sem ligação alguma, enquanto multidão outra vez

DESCRIÇÃO TÉCNICA DA INSTALAÇÃO & DO PROCESSO DE MONTAGEM

  • Quetzalcoatl:Uma passagem no saguão de entrada do anfiteatro do Sesc Pompéia que ocupe sua lateral direita, oposta a entrada dos banheiros, onde se cria um espaço de imersão na escuridão.A da estrutura de passagem será composta por lona, na extensão de XX metros no comprimento do saguão do anfiteatro, coberta por tecidos e pinturas a serem estipuladas e executadas pelos artistas.Plantas em geral (vasos de plantas, artificiais e naturais) dispostas ao longo da . Haverá a mesma disposição destas plantas no interior da passagem.O chão é composto por materiais escolhidos pelos artistas segundo o critério sonoro e olfativo dos mesmos, na criação de uma textura sinestésica do ambiente para potencializar a experiência da construção de uma percepção e uma memória por vibrações complexas do espaço físico e psicológico do passante.
  • A Corda:Se inicia na entrada do SESC, descendo a rampa principal em direção ao anfiteatro. Esta, por sua vez, adentra o espaço da obra até o seu final.Esta corda será feita por uma grande variedade de objetos, tais como: roupas usadas e retalhos de tecidos, brinquedos, livros, fios variados, sucatas, panelas, objetos pessoais, correntes, plantas artificiais, sacos de lixo vazio, sacos de compras entre outros badulaques de nosso fabuloso cotidiano.
  • O Som:Dois monitores de referência serão dispostos, um na entrada da instalação e outro no final dela, ambos voltados para dentro da passagem.Quatro monitores de referência serão dispostos no meio da passagem, sendo dois voltados para a entrada e os outros dois voltados para a saída.Um microfone será instalado no centro da passagem, suspenso acima da cabeça dos passantes, pelo qual se captará os ruídos ambientes. Estes sons serão reproduzidos pelos monitores de referência, levemente alterados por equipamentos eletroacústicos.Previamente, criar-se-á trilhas de escuta sob(re) platôs sonoros, onde se vislumbrará paisagens musicais e a ilusão contínua de silêncios. Estas gravações da cidade, de corpos, de túneis, de caminhadas, de objetos agindo no universo. Os platôs ou ilhas sonoras, serão tocadas ao acaso durante o ocaso da instalação, gerando um ruído passageiro.Continuidade de rupturas: silêncios, gravações prévias e sons produzidos durante a caminhada, formarão o contexto rítmico-afetivo da passagem. A dança dos timbres nômades pelos tempos e pelo espaço dos corpos, melodia dos elementos.