Meu Coração Podre

MEU CORAÇÃO PODRE: lida em cada gesto com o digesto, do desejo de solidão grotesco escatologar à humilhação de minha vaidade velada em metas humanistas progressistas e bondozas passando pelo medo paranóico contínuo de traição e do abandono. não consigo mais chorar, perdi algo aí? cansaço de ser força e suas fragilidades. onde perdi a alma? de saco cheio dos encontros e das distânsias de mil verdades.MEU CORAÇÃO PODRE: nojo por sentir nojo e sabê-lo inevitável, vontade de retribuir toda a apatia que sinto (em grande parte ignorantemente) que sentem por mim. É! Você também! Sua máquina de merda! Me humilhar para tentar a humildade. Eu não tenho nada a oferecer e não quero te roubar nada, nem de ninguém! Eu aceito os restos dos teus afetos...MEU CORAÇÃO PODRE: Por amor à humanidade que me resta, me mato de tanto viver ou me isolo berrando nas ruas de novo poesias que ninguém ouve ou escrevo para me curtirem? Onde vou enfiar os espelhos de meu cú fractal? Eu não sou um cara legal, bacaninha, nem vou alegrar teu carnaval. Nasci na quarta-feira de cinzas de um ano do cão. Querem-me alegria trabalho forte lava-louças bom moço amor belo.MEU CORAÇÃO PODRE: E se eu quiser isto também? Pode crer, eu surto mesmo! Mas com carinho! Meu egoísmo fede como o vômito no pé do colchão sem cama do lado dos livros que não têm mais como me ignorar. Eu sou cavalo de espectros, eu ouço os mortos. Eles me amam e me dão missões divertidas pra ajudar. Sim! Eu acredito que tenho um motivo pra viver e pior, acho que vou ajudar esta merda de espécie.MEU CORAÇÃO PODRE: mas ainda, quando me atiro no mundo e me diminuo pra algo exista de peito aberto sem o filtro arquetípico dos mestres iluminados e seus demônios de bolso é escárnio e frieza, crueldade e vilania que ressai do medo dos olhares antesamigos. Sinto a inveja pelo cheiro de medo. O humor é uma lâmina afiada. Só gosto das armas quando apontadas contra quem as empunha.MEU CORAÇÃO PODRE: E porque não pudeste esperar-me, não pude esperar-te mais. Há algo em mim que todos querem roubar e que eu doaria sem hesitação, para sem seu fardo aprender a receber o carinho e o cuidado como dádivas e ser enfim graça (é eu sou sem graça e pedante, arrogante, e pior: com uma filosofia, um destino a cumprir)... Estou farto das carreiras, faz tempo! Pode seguir tua estrela... Eu estou falando sério! E sozinho!

Escuta Despejada na Orelha da Rua

clique aqui para ouvir a trilha urbana
Instalação sonora que busca adentrar o universo das pessoas que vivem em situação de rua, suas dificuldades, estratégias de sobrevivência, problemas decorrentes, expectativas de vida, possibilidades de luta e transformação social. A idéia é unir o trabalho de artistas que refletem sobre o tema com o olhar de pessoas que diretamente vivenciam ou vivenciaram o universo das ruas. A exposição será apresentada de forma jornalística e artística.

A Maldição de Ford

Fagus e sua Orquestra - A Maldição de Ford
teu carro tão caro não se move
tua argos tão muda não se muda
a roda é só outra engrenagem
na linha de montagem
eis a maldição de Ford


Apêndice - Sons para A Revolta da Carne

a.pên.di.ce

sm (lat appendice) 1 Coisa apensa a outra, da qual é acessória. 2 Parte saliente de um corpo. 3 Anat Parte de um órgão principal. 4 Acrescentamento, complemento ou suplemento no fim de uma obra. 5 Zool Qualquer extensão periférica do corpo de um animal, especialmente quando tem função de membro, como por exemplo um cirro. 6 Bot Órgãos laterais das plantas, tais como as folhas e as pétalas. 7 Matéria suplementar que se junta ao texto de um livro como esclarecimento ou documentação, embora não constitua parte essencial da obra. A. ensiforme, Anat: apófise xifóide. A. ileocecal: pequeno tubo cilíndrico, flexuoso, em forma de verme, implantado na parte inferior e interna do cécum, também chamado apêndice vermiforme. A. xifóide, Anat: apêndice longo e cartilaginoso que se localiza na parte inferior do esterno.



Cirko Synema no Rio Verde