clique aqui e participe

{Primeiro Movimento - Largo para ser lido em 12 minutos}
(onde lê-se o poema do poeta)


já!
na if
a via
pós se
bíles
ties

sê e se e se e se e se e se e se e ou

a rás abre os poros digitais
mas é alho o cheiro que perdura em minhas mãos

{Segundo Movimento - Andante para ser lido em 6 minutos}
(onde o poema se desdobra noutro pelo filósofo como resposta ao amigo poeta distante)


do espelho vazado
que impregnou feito filtro
do que não nos pertence
mas nos é?
de posse e dom
a net uno
cem tau
qual a overmundose poética?
heraclítica eclipséptica
é geo ambífiuo calcanhar

{Terceiro Movimento - Furioso para ser lido em 2 minutos}
(onde o crítico(baltasar graciano) faz a hexegese de ambos os textos verso a verso e mata o poema do poeta como já temia o aforismo do filósofo)


Desde o nome do poema("Sê.") pode-se compreender que a escrita do poeta se dá numa fragmentação típica do simbolismo pós parnasiano, numa citação direta a Fillepo de Éfeso "Sê tu o camartelo de teu bruito" em conexão pop com a obra minimalista de Veloso.
Já no primeiro verso interjectivo vê-se a conectividade hipermidiática do pós (des)estruturalismo. "Sê.Já!" poderia muito bem caber como uma transcriação típica do concretismo do "Da.Sein!" fenomenológico.
No segundo verso podemos vislumbrar a variação linguística típica de autores pós-globais(vide a arquitetura de Buckminster Füller e a pintura de Paul Laffoley) ao mesmo tempo que a feminização da conjunção interrogativa(se=if) emprostadas como o princípio imediato(já) de inocência e ingenuidade(naïf).
Havia a via, ou "no meio da pedra tinha um caminho" como deixou claro o músico e o performer na sua opereta andante "Parang Olé para A CosmoPedra". Não nos esqueçamos que neste momento biográfico da poesia, o poeta estava em chamas exposto à ágora.
No quarto e quinto verso o poema dilata e toma uma densidade dimensional mais fulgurante: se na instantaneidade somos naïf haveria um caminho para além do se na ilusão de possuir-se algo que não às próprias vísceras?
"Ties" clarifica os elos entre duas línguas numa mesma linguagem novamente, amarra gravatas com bíles, as possibilidades todas de uma leitura de existir(Pós-se-bíles-ties).
A conclusão do ego cogitant(sei) leva à escadaria mallarmeana onde a existência jorra(seio) à escolha contínua na problemática mística da cibernética que joga ao abismo a dramóia elizabetana, ser ou... Ou é preciso que o poeta retorne ao seu cotidiano com doçura e perceba que a limpeza de seu lar rasgou-lhe a pele mas o que impregna nos odores são os sabores do que o alimentou.

Já na primeira pergunta feita pelo filósofo podemos perceber um apelo semiótico e psicológico ao poema, através da temática arcadiana do espelho vazado pelo filtro de pixels, de forma a questionar o que se lê do autor de fato e o que nele pomos(vide vaidade em Pascal e Mathias Aires para mais neste assunto).
Deste tocante não poderíamos esperar outro desenvolvimento que não fosse a retomada das raízes do pensamento poético, na figura ambígua do corte ao calcanhar, as asas herméticas e o cochear edípico. A bota é o próprio caminho de Grécia a Roma, de Posseidon(marcho protetor) a Netuno(oceuanus estuprador). Caminho severo dos deuses à praça púbica.
É inegável que o filósofo tenha usado tais imagens de modo a focar "a via naïf" como o próprio cerne de todo clacissismo(luta de classes). Isto é ainda mais óbvio com a citação explícita do poema Ecliplepsepsética da grande Heraclítores de Lesbos:

falo o que te escuto, Adonis
não merecerias outra morte que não o punhal
safo há de queimar-me
e será ódio todos os nossos amores

a mão que excita é a mesmo que te crava
a boca que larga a mesma que te cita
por isto sorri e ri arcadas convulsionadas
destas ancoradas espaldas

...

Perdeu-se o resto do poema desta pensadora da linha mais antiga das pitonisas gnósticas, linha da sabedoria nem ocidental nem oriental que religa a Abraã, Moiséa(ou Musea), Madalena, Teresa(vide Simon Magus) até chegar em Krishva(a amante abandonada de Sidartha que obteve sua iluminação através da criação da masturbação tântrica). Isto traz à tona a impossibilidade de identificação com qualquer pressuposto quenão a androgenia, mesmo no tocante à identidade.
Tau é uma letra cabalística que poderia ser traduzida na máxima de Novalis "Atingir o intelecto através dos sentidos"... e sendo em número 100(ou sem ou sê m[masculino mulher]) nos relembra que não há poesia experimental sem uma vida experimental, e que a experiência se põe sempre no limíte de um mundo(modo de via) na sua overdose.

{Quarto Movimento - Presto em Sol Menor}
(onde as com ementas máscaras compuradores do coro comem tais dores)


EXU TRANCA RUA:belíssimo poste!
marco com meu mijo
buceta pau rijo foste
belas imagens, quase fotos
vá lá dá-me teu voto

EXU SETE PORTAS:ano de eleição poesilítica
apodreçamos nos parnasos
que não reste refúgio nem ao virtual

IEMANJÁ:doçura te abandona
por temer os laços de metal
mas é sal a pele suada
e o beijo do cansaço

OXUMARÉ:mariposa,
é preciso que depois de tudo termos conseguido
seja por mérito, esforço ou amor
que atiremos ao fogo

OXALUFÃ:come pipoca pra bíles, zifí!

{Quinto Movimento - Alegro Maestoso em Sol Maior}
(onde os leitores-comentadores de fato criam a obra)
sobre a obra
Uma opereta cibernética. Para a trilha sonora favor ouvir os sons da máquina computadora(sem mp3s ou wavs). É pra ouvir o silêncio do quarto e o computador em funcionamento mesmo...

Nenhum comentário: